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COMPANHIA DE MOAGEM DE ABRANTES "ANTIGA MOAGEM AFONSO XIII"

Por José Manuel d'Oliveira Vieira
Artigo Autor publicado "Jornal de Alferrarede Nº 252OUT2006" , modificado para este “Blog”

O industrial e monárquico João Augusto da Silva Martins, em homenagem ao Rei de Espanha Afonso XIII, inaugurou no dia 10 de Dezembro de 1903, no Rossio ao Sul do Tejo uma Fábrica de Moagem a que deu o nome de “Moagem Afonso XIII”. Nove anos depois (19 de Janeiro de 1912), passou esta moagem a designar por Companhia de Moagem de Abrantes.

Apesar dos tempos conturbados que se viviam na época, João Augusto da Silva Martins, natural de S. Miguel do Rio Torto, sobreviveu à Implantação da Republica (1910).
Não encontrando referências escritas sobre a antiga “Moagem Afonso XIII”, mais tarde “Companhia de Moagem de Abrantes”, nem sobre o seu proprietário, João Augusto da Silva Martins (falecido em 1924), há que lembrar parte da história desta fábrica, para que no futuro se saiba a importância que a mesma teve no desenvolvimento económico de Abrantes.

VÁRIAS PERSPECTIVAS DA FÁBRICA E FOTO INÉDITA

Terminada a laboração da “Companhia de Moagem de Abrantes SAR” e fechadas as instalações, o equipamento desta fábrica passou o alvo preferencial dos amigos do alheio.

EQUIPAMENTOS

Autorizados pelo senhor Eng. António Augusto de Figueiredo da Silva Martins, neto do proprietário João Augusto da Silva Martins, fundador da já extinta Companhia de Moagem de Abrantes, no dia sete de Agosto de 2006, dois elementos do “Jornal de Alferrarede” deslocaram-se às instalações da “Moagem”, no intuito de recolher elementos (fotográficos) do que ainda pudesse existir na fábrica, que a desaparecerem não mais poderão ser vistos.

FOTO ENCONTRADA NO ENTULHO DA FÁBRICA

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EMBALAGENS/ETIQUETAS

Já no local, confirmou-se de facto o vandalismo que varreu esta empresa.
A “Companhia de Moagem de Abrantes SAR”, que durante muitos anos foi uma das maiores empregadoras deste Concelho, foi despojada de peças e equipamentos, que aproveitadas, poderiam fazer parte de um museu industrial, a instalar nesta antiga fábrica, à semelhança do que acontece noutras localidades. Porta arrombada, salas destruídas, vidros e janelas partidas, máquinas esventradas, ausência de mobiliário e equipamento fabril, de tudo um pouco se vê nesta antiga fábrica.

INTERIOR DA FÁBRICA -LOCAL QUE ASSINALA A CHEIA DO TEJO EM 1979

COMPAMHIA DE MOAGEM DE ABRANTES - TÍTULO DE UMA ACÇÃO

Seringas, roupas e colchões conspurcados, fazem parte de um outro quotidiano. De todos os locais, na fábrica, aquele que pela sua beleza mais impressionou foi de facto o “laboratório”. Neste local da fábrica, encontra-se um “fontanário” rematado por um painel de azulejos, com a figura do Santo António, frente a uma fonte, como que a indicar-nos ter a fábrica sido construída nas redondezas de Santo António (Rossio ao Sul do Tejo).

LABORATÓRIO DA FÁBRICA - FONTANÁRIO

Tentativas de retirar da parede, painel e fontanário, apenas têm contribuído para mutilar esta obra de arte. No chão, um pouco por todo o lado encontram-se bocados de azulejos partidos.
Não menos importante é o chão deste “laboratório”, cujos azulejos (miniaturas), com motivos “regionais” estão a ser retirados do sítio onde foram inicialmente colocados. Ver este lindíssimo painel de azulejos, foi um dos motivos que nos levou a visitar aquela que foi uma das mais importantes empresas fabris deste Concelho. Pela importância e significado que porventura o proprietário atribuiu ao painel de azulejos, este, bem poderia ser recuperado e colocado em lugar público no Rossio ao Sul do Tejo. A não ser feito um museu industrial neste local nem haver projectos de recuperação do painel existente nesta antiga “Moagem”, ficam para a história do Concelho, as fotos que “José Vieira” e o “Jornal de Alferrarede” possuem.

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito Bom, a muito tempo procuro fotos e histórias antigas sobre Abrantes.Recomendo o Blogue a todas as pessoas que gostam de história.

Anónimo disse...

Passei pela página por acaso e fico espantada como a CM de Abrantes deixa que este espólio fique ao Deus dará. Oxalá que o alerta do autor desta página não tenha caído em saco roto e que a respectiva autarquia o tenha ainda a tempo recuperado, catalogado e restaurado para mostra aos visitantes da região.